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domingo, 10 de julho de 2011

Mira recebe Hoje o Campeonato Mundial de Columbofilia


Columbódromo Gaspar Vila Nova, em Mira, é a meta do Campeonatodo Mundo de 2011. Esta é uma prova única, que exige meses de preparação para os pombos-correio, a quem carinhosamente chamam de “atletas”.
A prova “Corrida para um só pombal” é uma vertente recente da columbofilia. Segundo Joaquim Lopes, representante da Federação Portuguesa de Columbofilia, “surgiu da necessidade de não fazer as competições através de coeficientes matemáticos, o que desagradava à maior parte dos columbófilos. Não é a mesma coisa agarrar em resultados desportivos e depois atribuir-lhes um determinado coeficiente. Então, houve alguém que se lembrou de construir um pombal gigantesco, que possa albergar pombos pequeninos vindos de todo o mundo, onde são criados e treinados nas mesmas circunstâncias e depois fazerem uma prova. Normalmente, as provas fazem-se com os pombos a sair de um local pré-calendarizado para o pombal de cada um”, esclarece.
Desde que chegaram ao columbódromo, os pombos são tratados como “verdadeiros atletas de alta competição. Tanto em termos de preparação física, quer na dieta alimentar muito rigorosa, que tem a ver com o dispêndio de energia e esforço ao longo do tempo. Essa dieta é adaptada permanentemente, tendo em conta o esforço que lhes é pedido. Esse seguimento é feito em permanência por um veterinário, que diariamente segue qualquer problema que surja na colónia”, diz.
Os “atletas” chegam ao pombal muito novos e, até estarem prontos para competir, passam por várias etapas. “Eles vêm bebés, com cerca de 20 dias de idade, logo após o desmame dos pais. A primeira fase, é de habituação ao pombal e a este ambiente, que é completamente novo. Durante os primeiros 15 dias, utilizamos gaiolões, que colocamos de forma a que eles possam vir ao exterior e ter uma visão mais global do local. Ao fim desse período, estão aptos a fazer a primeira saída. São soltos em lotes muito pequenos, porque ainda são um bocadinho desordenados e desarticulados.Voa cada um para seu lado”, define Joaquim Lopes.
A partir do momento em que já têm um reconhecimento da área circundante do pombal, começam a fazer-se pequenas soltas. “Inicia-se com dois quilómetros e progredimos nas distâncias, mas muito cautelosamente. São treinos para lhes dar orientação, para eles conseguirem, num raio até aos 20/30 quilómetros, dominar a área geográfica de forma a poderem orientar-se na chegada aqui ao pombal. Também existe a preocupação de lhes dar a preparação física para poderem ir encetando voos cada vez maiores” adianta.
A partir dos 50 quilómetros começam então os treinos oficiais. Treinos que podem ir até aos 200 quilómetros e que já têm uma maior exigência em termos de orientação. Por precaução, os treinadores fazem acompanhar os pombos mais jovens com alguns mais experientes. “Os pombos jovens poderiam sair sozinhos e não haveria qualquer problema, porque, depois de terem um bom reconhecimento visual do ambiente onde estão, a regra diz-nos que eles são muito cuidadosos e não se afastam muito. No entanto, nós temos aqui, por uma questão quase tática e estratégica, uma dúzia de pombos adultos, que já cá estão há vários anos e que são os orientadores dos mais novos, para os ajudar nos primeiros voos. Eles estão de tal maneira habituados, que são uns bons professores”, acredita.
Nos dias antes da competição são necessários alguns cuidados extra com os “atletas” e existe um plano feito pelo veterinário. “A preparação para as competições não varia muito da preparação que os pombos têm no dia-a-dia. A maior diferença está nos treinos, que são muito mais exigentes e nas vitaminas, para lhes permitir recuperar mais rapidamente do esforço”, conclui.

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